Para todo este sistema novo funcionar levou algum tempo, e o duro foi segurar a ansiedade do empresário, os donos da empresa, que investiram alguns milhares de dólares, o que é completamente compreensível.Mas pela falta de visão e conhecimento sobre o assunto, devido a não terem o conhecimento necessário de informática, e por estarem mal acessorados, muitas vezes geram compras erradas ou incompletas, mal negocios na hora de aquisição de equipamentos, que depois acabam saindo mais caro na negociação final. Acredito também que neste caso, o intuito do vendedor querer faturar sem se preocupar com a satisfação de seu cliente, não falando toda a verdade sobre aquela "tecnologia" ou até mesmo, por não se equipar com material de reposição para manutenção, etc,devido ao grande investimento em estoques.Detalhe, não estou falando de pequenas empresas não, a experiência em que vivi, foi com empresa de grande porte instalada aqui no Brasil, uma Multi nacional que forneceu o equipamento e que infelizmente não posso dizer quem é.
Em minha cavalga precisei ir aos Estados Unidos, buscar peças de reposição e expansão, como memórias por exemplo, discos ópticos para armazenar grande capacidade de dados (era o que se tinha de ponta na época), pois aqui no Brasil não tínhamos fabricação, e as reposições eram caras e também demoravam para chegar,devido aos trâmites de alfândega, além da empresa fornecedora não possuir estoques, devido ao custo destes componentes, e baixa rotatividade. Valeu mais ir buscar estas peças no exterior, e uma vez la fora, novas soluções para os problemas surgiam, até mesmo porque encontrávamos profissionais muito capacitados com toda uma indústria em sua retaguarda, produzindo novos produtos de maior capacidade, velocidade, preços variados, etc.
Isto não presenciei só na Indústria gráfica não, foi a segunda vez que estava participando da transferência de tecnologia, a primeira vez, foi como aluno uns anos antes, na FATEC-SP, no curso de Mecânica de Precisão, onde se instalava naquela instituição com moldes totalmente diferentes do que é hoje apresentado,o Curso de Mecânica de Precisão.
Foi muito interessante o que vivi ali também, com muitos fatores em comum, quanto a compra de equipamentos, que não foram totalmente tropicalizados, principalmente os equipamentos ópticos, aparelhos de grande precisão e sensibilidade para medição, na época adquiridos da extinta Alemanha Oriental, é de arrepiar e conto em outra ocasião.
Pois é......, é ai que a porca torce o rabo.Tecnologia se desenvolve, se cria, o restante, não que seja mal negócio,é comprar equipamentos novos, processos novos, até mesmo porque muita coisa que vai se desenvolver, se torna mais barato e rápido se comprar, mas até onde se compra ou se desenvolve?.
Acredito que as duas coisas são necessárias e andam lado a lado, até mesmo por não vivermos isolados ao mundo, principalmente hoje com a globalização, as novas formas de se desenvolver projetos, processos, etc.
Com certeza sei afirmar uma coisa,antes de tudo necessitamos de uma educação básica forte, moderna, que desenvolva bons cidadãos, e também gente capacitada para seguir aos níveis mais complexos do conhecimento.
Cursos técnicos e universitários, atualizados de bom nível e trabalhando em conjunto com empresas, centros de pesquisa, produzindo riqueza intelectual e claro consequentemente o desenvolvimento social como um todo.
Sei também que é uma grande ilusão pensar que ao comprar "tecnologia", terá independência tecnológica, até quem desenvolve a tecnologia em algum momento terá que compartilhar seus conhecimentos para poder desenvolver e andar um passo à frente.De uma forma ou outra as coisas estarão sempre interligadas, até mesmo porque novas pesquisas estarão sendo feitas em outras partes do mundo, novas ideias estarão sendo criadas, e se a empresa ou país quiserem se manter na vanguarda vão ter que investir em desenvolvimento, pesquisa e mão de obra, pesquisa básica e ensino, educação.
O quanto custa o desenvolvimento.É necessário reinventar a roda?
Pois é, o assunto é bastante complexo, existem inúmeros autores muito competentes que falam a respeito do tema, mas tenho certeza de uma coisa, para se ter um início, no mínimo teremos que ter pessoas qualificadas, com visão do que se esta se desenvolvendo, por isso acredito ser importante formar excelentes profíssionais, que desde a escola possam estar em contato com laboratórios (pesquisando- descobrindo como fazer a roda), com ensino de qualidade, e na continuidade académica de nível superior, estar lidando com a pesquisa,com novas ideias.
Recursos financeiros é o outro problema.......
Fico tentando imaginar, por exemplo na medicina.Células troncos, etc, você necessariamente não precisa ter máquinas desenvolvidas totalmente aqui no país para realizar tal pesquisa, até mesmo por que o que se esta se desenvolvendo são células tronco e não, microscópios, scanners, centrífugas específicas para tal trabalho.Mas com certeza terá que ter pessoal que tenha conhecimento sobre os equipamentos que estão ali sendo empenhados em tal desenvolvimento, e com certeza pessoas habilitadas para desenvolverem programas de computador, manipulação de dados entre outros especialistas que estarão também desenvolvendo toda um nova ciência através desta tecnologia complexa de grande desenvolvimento.Agora onde morre o perigo?
Só citei esse exemplo. não sei se é o caso, mas imaginem só, se derrepente por concorrência de outro país, que também desenvolva a tal pesquisa, querer boicotar de alguma maneira os estudos daqui. De alguma forma tentando atrapalhar o andamento das coisas, sobre influência, atrasar peças de reposição de manutenção de algum destes aparelhos complexos que não são desenvolvidos aqui. É o preço da dependência tecnológica.
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